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Bastante popular no Brasil, a venda de consórcios segue crescendo a todo vapor. De acordo com a ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), já são mais de 7 milhões de consorciados em todo o país.

Para se ter uma ideia, somente no primeiro semestre de 2019, a venda de consórcios bateu recordes e ultrapassou a marca de 25 bilhões de reais.

Os dados não deixam de ser impressionantes, ainda mais considerando a realidade do país. Segundo um levantamento do Instituto Axxus, 80% dos trabalhadores brasileiros não conseguem poupar.

Então como o consórcio é tão popular?

Apesar da economia ainda cambaleante, o sonho do brasileiro segue sendo a casa própria. E, neste aspecto, os consórcios têm grande apelo. Somado a isso, devemos considerar o fato de que a maioria da população desconhece as principais formas de investimento, e acaba recorrendo a alternativas mais conhecidas e amplamente divulgadas.

Mas será que consórcio é investimento? Será que vale a pena adquirir uma cota? Quais são as vantagens e as desvantagens deste sistema? Acompanhe e descubra!

Como funciona o consórcio

Os consórcios são uma forma de compra planejada, em que um grupo de pessoas com um objetivo em comum se reúne sob a supervisão de uma administradora e, por meio do pagamento de mensalidades, acumula os recursos necessários para a aquisição de bens ou serviços.

Uma vez que o montante total é acumulado, a administradora distribui cartas de crédito aos consorciados, à medida em que são contemplados. A contemplação ocorre por meio de sorteios ou pela oferta de lances (quitação adiantada de parcelas).

A administradora responsável pela manutenção e prestação de serviços ao grupo cobra uma taxa de administração, que costuma variar de 15% a 20% do total da carta de crédito.

Afinal, consórcio é investimento?

A resposta é: não.

O que acontece é que, devido à falta de disciplina financeira do brasileiro, muitas pessoas veem a compra de cotas como uma poupança programada, que as ajuda a guardar parte dos seus ganhos todos os meses.

Porém, encarar o pagamento mensal de cotas como uma modalidade de investimento é um erro, uma vez que, ao contrário da maioria das aplicações financeiras, o consorciado não só não recebe qualquer tipo de dividendos, como também paga encargos referentes às taxas da administradora.

Entretanto, isso não quer dizer que não existam vantagens em aderir a um consórcio, especialmente quando comparado a outras formas de obtenção de crédito, como o financiamento imobiliário.

Algumas das vantagens são:

  • Não há cobrança de juros: o pagamento das parcelas é feito sem juros. No entanto, paga-se taxa de administração e valores referentes à contratação de seguro;
  • Não há valor de entrada: ao contrário do que acontece com o financiamento, os consórcios não exigem nenhum valor como entrada;
  • Garantia de recebimento: por lei, o grupo deve permanecer aberto até que o último consorciado seja contemplado, garantindo que todos sejam agraciados;
  • Poder de negociação: a carta de crédito equivale ao pagamento à vista do bem ou serviço adquirido. Com isso, o contemplado ganha poder de barganha na hora da negociação.

Por que o consórcio não é um bom investimento financeiro?

Pode levar muito tempo e não valer a pena

De uma maneira geral, consórcios são longos. E não há como prever quando alguém será contemplado. Atualmente, existem opções para a aquisição de imóveis que podem chegar a 200 meses. Caso seja um automóvel, a duração pode ser de até 100 meses.

Sendo assim, diante da possibilidade de esperar por anos até a contemplação, é importante que o consorciado avalie os gastos que isso pode gerar.

Por exemplo: se o objetivo for a aquisição de uma casa, é preciso considerar quanto será gasto com aluguel e outros tipos de despesas mensais. Será que vale a pena?

Outro aspecto que se deve ter em mente é que, enquanto não receber a carta de crédito, o consorciado não pode usufruir do bem que pretende adquirir.

Além disso, ele está pagando para alguém estimulá-lo a guardar dinheiro, sem rentabilidade e bloqueando, na maior parte dos casos, o resgate do valor já pago.

Não proporciona ganhos reais e cobra taxas elevadas

Enquanto paga as parcelas e espera ser contemplado, o consorciado não recebe nenhum tipo de rendimento por sua aplicação. Pelo contrário: as taxas de administração praticadas no mercado são altíssimas; algumas chegam a quase 1/5 do valor. Quer dizer, o rendimento não vai para o poupador.

Além disso, embora os valores sejam reajustados periodicamente para manter o poder de compra do consorciado, não há ganho real sobre o montante que já foi pago, uma vez que, por não se tratar de um investimento, não há pagamento de dividendos ou alguma outra forma de rentabilidade.

Não colabora para educação financeira

Como comentamos, os consórcios são vistos por muitas pessoas como uma forma de se tornarem mais disciplinadas financeiramente e se esforçarem a poupar para arcar com as parcelas todos os meses.

Porém, disciplina financeira vai muito além de ter a capacidade de guardar uma quantia por mês; é preciso saber o que fazer com esse dinheiro e como ele pode render cada vez mais.

Nesse sentido, simplesmente arcar com uma nova despesa todos os meses, como se fosse apenas mais um boleto em cima da mesa, certamente não é o melhor caminho para a educação financeira. 

Para quem não tem pressa e deseja adquirir um bem ou um serviço, a melhor alternativa são os investimentos. Além de gerarem renda ao investidor, eles servem como uma excelente forma de aumentar o patrimônio.

Para isso, é preciso conhecê-los e entender como cada aplicação funciona, e estamos aqui para ajudar você. Mande-nos uma mensagem ou deixe um comentário e nos diga se esse conteúdo foi útil para você!